Metodologia Future Back: amplie sua visão para o futuro

O que acha de montar um planejamento estratégico de 50 anos? Os líderes visionários pensam assim.

Planejamento estratégico, como já falamos por aqui algumas vezes, é fundamental para que o seu negócio prospere. Sem pensar no futuro, nenhuma empresa sai do lugar, ou pior, podem até fechar as portas, com um ano ou menos de atividade.

Agora, quando pensamos no futuro e montamos um planejamento, costumamos imaginar algo mais coerente com a nossa realidade, correto? Você imagina sua empresa daqui a 3 anos, e, com isso em mente, vai trabalhar para que ela esteja da maneira que sonhou. Na metodologia Future Back, isso é pouco.

Pensar no futuro com essa metodologia é mais que um plano estratégico. Você eleva as apostas para um novo nível.

Vamos fazer um breve exercício: você seria capaz de imaginar o mundo atual sem Steve Jobs? Complicado, não é? Jobs nos presenteou com maravilhas tecnológicas, é verdade, mas seu legado vai além. Personalidades como ele enxergam o mundo de maneira diferente, quase como se tivessem o poder de ver através do tempo e enxergar o que as suas ações podem impactar no futuro.

Para entender o Future Back, é essencial pensar no futuro primeiro

Pensar e planejar do presente para o futuro é algo natural, é o que somos ensinados a fazer. Mas, no Future Back, pensamos no que podemos ser, e dali partimos para o passado. É quase como viajar no tempo. “Eu sei como minha empresa vai estar daqui a 50 anos, e agora o planejamento é para que alcancemos esse objetivo.”

Essa gestão de estratégia não afeta o desenvolvimento do agora, muito pelo contrário, ele serve para complementar. Um necessita do outro.

Um exemplo que pode ser utilizado nesse sentido é em relação ao cinema. O cineasta George Lucas começou sua franquia de filmes milionários, Star Wars, do final. Pode parecer apenas uma questão artística, mas foi por limitações tecnológicas.

Não havia como fazer o que ele queria em meados da década de 1970. Ele aguardou a tecnologia evoluir para que só assim contasse o começo de sua história. Ou melhor, desenvolveu a tecnologia em sua antiga empresa de efeitos visuais, THX.

Outro cineasta que pensou à frente foi James Cameron, que também aguardou pacientemente para tirar o filme Avatar do papel. Na época que o roteiro foi escrito, a tecnologia era arcaica, e ele passou anos desenvolvendo-a.

Em ambos os casos, pode-se dizer que eles utilizaram uma mentalidade Future Back. Pensaram no que os seus projetos poderiam ser e trabalharam para que fosse realizado lá na frente. O pensamento no futuro não atrapalhou o desenvolvimento no presente.

Esses exemplos foram apenas para ilustrar como essa forma de pensamento pode ser aplicada, pois o Future Back vai um pouco mais além. Essa linha de pensamento guia e inspira pessoas. Analisando o mundo como está hoje, as duas personalidades que parecem estar pondo em prática essa filosofia são Elon Musk e Jeff Bezos.

A gestão de estratégia de Musk e Bezos

O que Elon Musk, CEO e CTO da SpaceX e da Tesla, e Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, têm em comum? Poderíamos citar a fixação de ambos em explorar o espaço, e isso não estaria errado.

A obsessão de Jeff Bezos é querer levar as pessoas para a lua, o que faz com que ele invista pesado nesse projeto tão audacioso.

Já Elon Musk deseja criar uma colônia em Marte. Seus objetivos estão alinhados: conquistar as estrelas. Porém as semelhanças acabam por aqui. Bezos e Musk lideram e inspiram pessoas de maneiras diferentes, mas alinhadas ao pensamento Future Back.

Destrinchando os dois estilos, vemos que Bezos coloca seus clientes à frente de tudo, ao contrário de Musk, que coloca a tecnologia à frente de tudo. O que Jeff Bezos conseguiu com a Amazon é algo realmente surpreendente: a gigante do varejo foca nos desejos dos clientes, utilizando algoritmos para analisar históricos de compras e, assim, sugerir soluções para problemas que nem você sabia que tinha.

Do outro lado da moeda, Elon Musk aborda uma postura muito parecida com a de Steve Jobs e parece também visualizar o futuro tal qual o fundador da Apple. Os dois têm visões tecnológicas muito semelhantes, o que faz com que guiem o mercado em direção ao futuro. Musk pode ter a ideia mais louca de todas, mas se ele disser que é possível, as pessoas vão comprar.

Essa liderança inspiradora é a espinha dorsal de um pensamento Future Back. É preciso que as pessoas ao redor confiem no conceito de inovação e objetivos da empresa. Apenas líderes assim nos fazem pensar que, daqui a 100 anos, tanto a SpaceX como a Blue Origin podem alcançar seus objetivos. Ou, talvez, até mesmo antes.

4 passos para criar um plano estratégico com a visão Future Back

Falamos sobre a importância do plano estratégico e de como líderes inovadores moldam o mundo com suas ideias. Já no campo da estratégia, ter a visão de um futuro brilhante não é suficiente, é preciso trabalhar para que isso ocorra. E como dissemos anteriormente, visualizar o futuro e trabalhar para alcançá-lo não atrapalha o desenvolvimento do presente.

1. É preciso determinar o objetivo

Quando você define a missão, a visão e o valores da sua empresa, você define o propósito dela, e é dessa maneira que se inicia o pensamento Future Back. Ao visualizar o futuro, você estabelece mais do que uma meta, estabelece um propósito. Cabe a você, como líder, guiar a empresa.

Além disso, mais importante que guiar, os colaboradores precisam sentir que você acredita nessa visão para que eles comprem a ideia com a mesma vontade que você. Lembrando que estamos falando de 10 ou 20 anos à frente, portanto, esse pensamento precisa ser fixado, com todos os colaboradores em sintonia, incluindo os novos, que serão admitidos ao longo desse tempo.

2. Mapeie e estude o mercado

Conhecer o terreno em que está pisando é fundamental. Estudar o mercado de atuação é importantíssimo para você observar as oportunidades, ainda mais se a sua empresa estiver em um ramo de produtos emergentes, em que várias empresas acabam adotando o mesmo negócio ao mesmo tempo.

A análise de mercado é importante para o Future Back, pois permite que você adapte suas estratégias de acordo com as inevitáveis mudanças. Além de, obviamente, fazer com que você aproveite ao máximo todas as oportunidades disponíveis. Um dos métodos mais indicados nesse caso é a análise SWOT.

3. Tenha um plano de ação

A análise SWOT vai te guiar nesse passo, e com os resultados obtidos, você conseguirá traçar suas metas. Além disso, é preciso que você faça as seguintes perguntas:

• O que será feito e por quê?

• Onde e quando?

• Por quem será feito e como?

• Quanto isso vai me custar?

  Essas perguntas são importantes para que o processo flua de maneira mais objetiva possível.

4. Fique de olho em seus resultados

Esse é o momento de analisar os resultados de tudo que foi colocado em prática. Nenhum plano estratégico é engessado. Se você observar pontos que não estão dando resultados, a mudança se torna necessária para que sua empresa retome o caminho correto. Caso os resultados sejam satisfatórios, é também o momento de sentar e ver onde pode ser melhorado para que o crescimento seja contínuo.

Este é o direcionamento para quem está procurando implementar a metodologia Future Back: tenha seu plano bem definido e a sua companhia bem posicionada. Com esse pensamento, a liderança da sua empresa será diferenciada, se destacando das demais e inspirando seus funcionários para que, juntos, vocês alcancem o futuro brilhante já definido.