Criptomoedas podem ser o futuro da economia. É nisso que os investidores apostam, levando em conta a trajetória do Bitcoin, a moeda digital mais famosa do mundo, criada pelo programador Satoshi Nakamoto após a crise econômica que assolou o mundo em 2008.
Apesar de todo entusiasmo, as moedas digitais ainda podem ser consideradas novas e geram desconfianças. Mas alguns países, como é o caso da Suíça, já aceitam criptomoedas legalmente em transações. Inclusive, alguns lugares do país passaram a aceitar, a partir de 2021, criptomoedas como forma de pagamento de impostos.
Já em outros países, como o Qatar, o uso das moedas digitais foi proibido em 2020, com o argumento de que as criptomoedas são muito instáveis e que isso poderia prejudicar a economia do país. As fraudes digitais também entraram no radar, o que fez com que as autoridades do Qatar recuassem na adesão.
No Brasil, as criptomoedas ainda não são aceitas como forma de pagamento e são tratadas como bens de consumo duráveis, como um apartamento, por exemplo. O Banco Central estuda a regulamentação das moedas digitais, o que pode significar um avanço muito grande para o futuro econômico do país.
Muito provavelmente você já deve ter se perguntado o que pode fazer uma moeda digital ser segura. A resposta está no Blockchain. Ele foi inventado pelo próprio Satoshi Nakamoto, ao registrar a propriedade Bitcoin, e resolve um antigo problema que havia nas criptomoedas: o gasto duplo.
O Blockchain junta todas as transações em um bloco, que o sistema registra de maneira pública e deixa de forma transparente. Esse registro de transações é utilizado no bitcoin e também nos NFT, um certificado digital que garante ao comprador de alguma peça de arte, por exemplo, o direito de exclusividade sobre aquele item.
Podemos dizer que o blockchain registra de forma cronológica tanto os NFT, quanto o Bitcoin, o que deixa sua origem totalmente rastreável. Essa tecnologia funciona como a contabilidade das moedas digitais, seu livro razão. Dessa maneira, por ser público, é possível identificar todos os Bitcoins já produzidos.
O Blockchain funciona sem a necessidade de um intermediário e, por ser público, ele está na rede. Portanto, utiliza de máquinas de terceiros para realizar seus processos de validação, o que garante a veracidade das informações. Como pudemos ver também, o Blockchain nasceu de uma necessidade das criptomoedas, mas essa metodologia, por assim dizer, pode ser utilizada além.
Podemos pegar o exemplo da Uber, que tem a mesma metodologia em utilizar equipamentos de terceiros para poder obter lucros. O caso do Blockchain é igual, inclusive na remuneração. A diferença é que no caso aqui, o pagamento é feito com moedas digitais, o Bitcoin ou Ethereum.
Apesar de ser uma das criptomoedas mais valiosas do mundo, o Ethereum nasceu com um objetivo bem diferente do Bitcoin. Ele visava remunerar os programadores que usavam sua plataforma. Com o alto índice de usuários, o Ethereum foi crescendo até se tornar o que é hoje. Ele também utiliza a tecnologia Blockchain para validar suas transações, o que a torna tão segura quanto o Bitcoin.
Essa cripto se diferencia do Bitcoin: enquanto este apresenta um limite estabelecido de 21 milhões, o Ethereum já nasce com 72 milhões de moedas e sem nenhum limite. Inclusive, esse valor todo já foi investido, distribuído, e cada vez mais, segue circulando e sendo criado.
Sua estrutura de dados também se diferencia do restante das criptomoedas, o que faz com ele consiga fazer transações muito mais complicadas e até mais rápidas. A mineração das transações ocorre em uma velocidade muito superior à da Bitcoin.
Todos os processos de validação de criptomoedas são conhecidos como mineração. É o que o Blockchain faz para validar uma transação, seja de Bitcoin, Ethereum e de um NFT. Esse processo necessita que um minerador resolva um algoritmo, conhecido como o algoritmo de consenso. É esse processo que vai colocar um tipo de marca d’água, como temos em dinheiro vivo, e vai autenticar a transação.
Atualmente, com algoritmos cada vez mais complexos e transações cada vez mais frequentes, é necessário um computador muito potente. Isso faz com que os mineradores sejam empresas especializadas em criptomoedas, já que o tempo de vida das peças acaba diminuindo consideravelmente com tamanho esforço de processamento.
Outro fator importante a se destacar é que isso acaba gerando um gasto muito maior de energia. E como falamos anteriormente, por usar máquinas de terceiros para resolver os processos, esses mineradores são recompensados em criptomoedas.
As criptomoedas e o Blockchain caminham lado a lado, e é praticamente impossível desassociá-las. A tecnologia se alinhou à economia, e isso tende a evoluir cada vez mais, inclusive com a nova tendência que são as compras em NFT.
Na ficção, a série televisiva Mr. Robot se passava em um mundo onde a economia mundial adotou uma criptomoeda para sair de uma crise econômica grave. Pensando no futuro, em que a vida costuma imitar a arte, investir em criptomoedas não é uma loucura e isso não é baseado em achismos, apenas em fatos e dados.