A inovação aberta é um conceito que visa à busca por conhecimento, mas de uma maneira ainda pouco convencional no mundo corporativo. Muitas empresas ainda não conseguem abrir esse diálogo para conseguirem evoluir juntas. Existe, é claro, o benchmarking cooperativo, mas o conceito de inovação aberta promove uma série de vantagens além do que ele propõe.
O criador do conceito foi o professor Henry Chesbrough, que atuou como executivo no Vale do Silício. Em suas pesquisas, Henry buscava encurtar a distância que havia entre a teoria e a prática nas gestões empresariais. Ele também observou que, apesar da informação se espelhar em uma velocidade alta, as empresas mantinham um sistema de inovação fechada.
Essa espécie de muro que as companhias erguiam, e ainda erguem, protege os segredos, mas afasta o progresso. É como dissemos no início no texto, sua empresa até pode abrir um diálogo através de um benchmarking cooperativo, mas existe uma diferença grande entre buscar inspiração e construir algo em conjunto.
Olhando à primeira vista, pode não parecer interessante compartilhar algo dessa magnitude, mas um olhar mais atento verá ótimos benefícios. Por exemplo, ao compartilhar uma patente, você reduz em 50% o seu investimento na pesquisa e desenvolvimento do projeto.
Outro benefício dessa característica é que as empresas envolvidas podem utilizar a lei de inovação para licenciar, com exclusividade, o uso dessa patente. Isso afasta a concorrência no uso de uma nova tecnologia desenvolvida, ficando apenas com as duas desenvolvedoras.
Às vezes, um treinamento ou uma palestra não irá substituir uma experiência já vivida. Existem situações onde só quem passou vai saber como se comportar, isso vale para tudo, seja na vida pessoal ou no mundo corporativo.
Essa troca de informações é extremamente saudável, pois de uma conversa aberta e franca entre equipes diferentes, podem surgir soluções para problemas distintos entre as duas companhias.
Quando se está muito tempo olhando para um projeto, fica difícil ter novas ideias ou até mesmo enxergar algumas falhas que ele possui. Quando você põe um olhar mais fresco, as coisas tendem a mudar. E isso não é em relação a um funcionário novo, é sobre uma perspectiva de trabalho diferente da sua.
Um funcionário novo, por mais que seja novo, virá guiado pela visão da empresa. Quando se vem de fora, a visão de outra equipe pode trazer inovações nunca pensadas antes, além de enxergar o todo de uma maneira mais atenta.
Como citamos anteriormente, uma equipe de fora tem muito a acrescentar, principalmente porque você estará colocando mais pessoas qualificadas para mexer ali. São profissionais que originalmente trabalham para a concorrência e que, muitas vezes, foram os responsáveis pela outra empresa superar a sua.
As principais vantagens em se adotar a inovação aberta estão em suas características, como as citadas acima. A colaboração aumenta a performance do produto em desenvolvimento, além de conseguir uma agilidade nesse processo que não seriam alcançadas sozinhos.
Esse trabalho em conjunto amplia o networking entre as empresas, aproximando líderes e diminuindo a concorrência. Isso aproxima muito os gestores das startups, exemplos de organizações que usam a inovação aberta e que já nascem com um olhar mais amplo, e que, unidas, conseguem fazer frente a gigantes já consolidadas no mercado.
Mas, como nem tudo é perfeito, é preciso ficar atento a algumas questões. Para adotar a Inovação aberta, sua empresa precisa estar preparada, pois, ao escolher uma parceria errada, os riscos de vazamento podem ser grandes e gerar uma dor de cabeça desnecessária.
Citamos as startups como exemplo, pois elas já nascem com um olhar para o futuro e se adaptam mais facilmente, mas uma empresa já tradicional no mercado pode ter problemas em se adaptar a essa nova realidade. Portanto, é preciso que a cultura organizacional esteja alinhada para essa mudança de paradigma.
O conceito pode ser implementado de maneiras diferentes e com propostas diferentes, mas partindo da mesma premissa: colaboração. Citaremos as formas mais utilizadas da inovação aberta:
Nesse método, todos os envolvidos se juntam por um ou dois dias em um lugar fechado, onde fazem uma espécie de maratona de brainstorm. Eles são divididos em equipes e, ao fim, essas ideias são apresentadas e as melhores são escolhidas.
Aqui, um grupo de colaboradores se une para achar a resolução de um problema específico ou criar algo. Só que, nesse caso, não precisa necessariamente ter alguém da sua empresa presente. Aqui pode, literalmente, ter qualquer indivíduo como participante, desde profissionais de diferentes organizações até clientes.
Esse modelo se assemelha muito ao crowdsourcing. Mas, diferente dele, no qual você pode optar por não participar, os profissionais da sua empresa fazem parte de todo o desenvolvimento do projeto proposto.
Essa nova metodologia de trabalho é desafiadora, e, por esse motivo, talvez, traga em seu nome a palavra “aberta”. É preciso que você, como gestor, tenha a mente assim ao resolver abrir as portas da sua companhia para criar algo com outra. Pense em sua concorrente como aliada; juntos, vocês podem lucrar mais do que separadas. E isso é um ponto excelente para se considerar.
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