Você já parou para pensar que reuniões não necessárias podem ser oportunidades perdidas?
Segundo a Harvard Business School, 9 em cada 10 pessoas admitem já ter sonhado acordado em alguma reunião de trabalho. Em média, uma empresa realiza mais de 3 bilhões de reuniões anuais. Líderes e gestores gastam quase metade das suas jornadas de trabalho em reuniões. 7 em cada 10 funcionários já reconheceram fazer outras atividades ou trabalhos durante as reuniões. E o dado mais alarmante: 1 em cada 4 reuniões são irrelevantes para todos os participantes.
Isso ocorre porque poucas pessoas sabem planejar reuniões. Como melhorar essa situação? Aplicando os princípios do design thinking.
O Design Thinking foi popularizado pelo fundador da IDEO, David Kelly, e pelo Instituto de Design de Stanford, e foi inicialmente aplicado ao desenvolvimento de produtos e objetos físicos. Depois, foi levado para o desenvolvimento de produtos digitais. Atualmente, é utilizado em uma variedade imensa de indústrias.
A ideia é colocar o “usuário” no centro da experiência — uma abordagem em quatro passos que também funciona para design de reuniões.
Comece colocando sua própria experiência, expectativa e interesse de lado. Foque nas pessoas, em quem será, de fato, afetado pela sua reunião. Faça essas perguntas para si mesmo e desenvolva a sua empatia:
Procure essas pessoas que participarão da reunião, ou que serão afetadas por ela, e converse com elas. Mesmo se, no seu caso, essas reuniões forem regulares com as mesmas pessoas, esses feedbacks individuais e periódicos ajudam a construir confiança, revelar questões ocultas e garantem que os participantes se sintam mais envolvidos.
Em seguida, defina uma pauta para o encontro. Depois de exercer a sua empatia e se colocar no lugar de todos os envolvidos na reunião, trace um propósito para a reunião que seja articulado com resultados claros.
Questione-se: se esta reunião for extremamente bem-sucedida, o que as pessoas sentirão, saberão e farão como resultado?
Inclua esses resultados desejados em sua pauta, para que todos os envolvidos entendam o porquê em participar e, assim, se dedicarão mais a produtividade da reunião.
As reuniões costumam ser colocadas no calendário sem um objetivo específico em mente — simplesmente para manter o tempo —, e, como resultado, as pessoas participam da reunião porque acham que devem fazer isso.
Reuniões merecem um propósito claro e resultados desejados claramente articulados. Isso mantém as pessoas concentradas nas tarefas e faz com que elas sintam que seu tempo foi bem investido.
A terceira etapa é projetar a reunião de forma criativa. Você já entendeu o ponto principal da sua reunião e qual o objetivo dela, agora, é o momento de projetar a sua reunião.
Esta é a fase em que encorajamos as pessoas a pensarem de forma criativa: coloque suas ideias iniciais de lado e desafie a realidade.
Que tal trazer um pouco de diversão para as reuniões? Como criar um término ou início de reunião mais inusitados e inesperados, quebrando a mesmice? Para despertar ideias e criatividade, será que é possível utilizar filmes, poesias, imagens ou música? O que fazer para a reunião ser uma oportunidade de criação de laços e conexões pessoais?
Inicialmente, isso tudo pode parecer extremamente superficial, mas é extremamente importante. As reuniões são oportunidades não apenas para trabalho, mas também para promover uma cultura de equipe positiva.
Assim como um designer de produto colocaria um protótipo inicial como teste para os usuários, no contexto de planejamento de reunião, o protótipo é a pauta que será previamente compartilhada com os participantes.
O feedback dos envolvidos em relação à pauta te ajudará a criar mais empatia, a formular novas hipóteses e perguntas, a desenvolver mais criatividade no planejamento da sua reunião e, por fim, a aumentar o potencial de sucesso do encontro.
A segunda fase define objetivos para cada encontro.
A terceira fase leva mais criatividade e experimentação no design da reunião.
A quarta fase, de prototipagem, faz com que as pessoas sintam que seu tempo está sendo valorizado e, como consequência, serão mais responsáveis e mais ativas, contribuindo ativamente no sucesso do encontro.
Isso pode parecer oneroso e trabalhoso de se fazer em todas as reuniões, mas, com a prática, você aprenderá a percorrer esses estágios em cada vez menos tempo e descobrirá que um pequeno investimento inicial economiza um tempo significativo a longo prazo.
Você terá menos reuniões, e as que tiver, serão mais produtivas — às vezes, até divertidas.
E não deixe de escutar o episódio 10 do nosso podcast, O X da Gestão, onde convidamos a Presidente da ABRH RJ, Lúcia Madeira, para falar sobre O Novo Paradigma de Gestão de Pessoas. Você pode escutar o episódio clicando AQUI.