Como vencer o gap entre a estratégia e a execução

O gap entre a estratégia e a execução é um dos problemas mais persistentes e complicados que as empresas enfrentam.

É comum que muitas ideias acabem ficando apenas no papel porque não houve uma clara definição do que fazer para colocá-las em prática.

Em uma pesquisa publicada na Harvard Business Review, Nathan Wiita e Orla Leonard demonstraram o que separa os times que conseguem preencher esse hiato, daqueles que não conseguem.

Crie um comprometimento com a identidade

Uma organização deve se comprometer com uma identidade através de um entendimento compartilhado de sua proposta de valor e de suas capacidades distintas.

Nessa pesquisa, quando comparadas a equipes de baixo desempenho, os times mais efetivos investiram 20% mais tempo definindo a estratégia e transformando a visão da empresa em objetivos acionáveis e claros.

Adicionalmente, essas mesmas equipes também investem, em média, 12% a mais do tempo com o alinhamento de toda a empresa, através de comunicações internas e da transmissão de uma mensagem clara de cima para baixo.

Traduza a estratégia em processos

Os times mais bem sucedidos são aqueles que conseguem criar um vínculo entre a missão da empresa e as atividades do dia a dia.

Além disso, esses times conseguem ser ágeis o suficiente para redirecionarem suas atividades quando as necessidades da empresa mudam, realocando recursos mais facilmente para garantir que a estratégia esteja sendo seguida.

Invista tempo estabelecendo métricas financeiras e operacionais para o seu negócio, alinhe os objetivos da empresa com sua estratégia, e reveja a validade dessas métricas e objetivos de tempos em tempos.

Também é de suma importância checar o progresso através dessas métricas, para garantir que os objetivos estejam sendo cumpridos com os processos em vigor.

Foque nos aspectos culturais

Um dos fatores eficientes que levam ao sucesso dos times é o investimento em pessoas.

Como base comparativa, os times com maior desempenho na pesquisa investem 28% mais tempo ouvindo as pessoas e criando meios para que contribuam com sugestões de melhorias, através de pesquisas e do diálogo.

Esses mesmos times investem até um terço a mais de tempo otimizando as habilidades individuais de seus colaboradores, através de planos de desenvolvimento pessoal, planos de sucessão e da avaliação de planos de compensação para que eles se mantenham competitivos.

Modele o futuro

Devido à quantidade de demandas do dia a dia, muitos líderes e times acabam trabalhando de modo responsivo, ou seja, investindo todo ou quase todo o seu tempo em resolver problemas que aparecem.

Isso não é o ideal. Os times mais bem sucedidos investem mais tempo em criar estratégias e modelar o curso de ação do que propriamente apagando incêndios.

Uma forma de reduzir esse custo de tempo em responsividade é criando uma visão clara sobre como é a tomada de decisões, ou seja, criando uma diretriz de como resolver os problemas antes que eles aconteçam.

Em resumo, um dos pontos mais importantes para conseguir fechar esse gap entre a estratégia e a execução é utilizar o tempo da sua equipe da forma mais otimizada possível:

• Invista mais tempo criando estratégias e traduzindo essas estratégias em objetivos acionáveis;
• Invista mais tempo interagindo com os stakeholders para descobrir quais são as principais barreiras à execução;
• Invista mais tempo engajando toda a empresa com a realização dos objetivos, diminuindo ao máximo essas possíveis barreiras;
• Invista mais tempo criando estratégias para o futuro do que apagando incêndios.

Adicionalmente, comece a perceber como o seu próprio time aloca o tempo:

• Qual porcentagem do tempo da equipe foi gasta resolvendo problemas urgentes ou em questões que poderiam ter sido passadas para pessoas mais juniores? Quanto tempo foi investido na estratégia?
• Quanto tempo a equipe investiu pensando proativamente sobre o futuro da indústria, sobre o modelo de negócios e no consumidor?
• Quanto tempo a equipe passou se engajando com e alinhando os objetivos da empresa?

E, por fim, pergunte a si mesmo: “O quanto estamos conseguindo executar bem a nossa estratégia?”

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Fonte: How the Most Successful Teams Bridge the Strategy-Execution Gap – Nathan Wiita e Orla Leonard – Harvard Business Review