Muitas pessoas acreditam que Scrum é uma metodologia de trabalho, porém, na realidade, é um framework, uma ferramenta prática de gestão que tem como objetivo principal ajudar pessoas, times e organizações a gerar valor por meio de soluções adaptativas para problemas complexos.
“Scrum é simples.” Ken Schwaber and Jeff Sutherland em Guia do Scrum
No início dos anos 1990, por Ken Schwaber e Jeff Sutherland desenvolveram o Scrum. Em 2010 foi publicada a primeira versão do Guia do Scrum. O guia é divulgado de forma gratuita e tem o intuito de ajudar cada vez mais empresas a se tornarem ágeis.
Como o framework tem um caráter prático, a partir de sua utilização, o Guia ganhou novos insights e novas atualizações. A última atualização – que serviu de fonte para este artigo – é de 2020.
O uso correto deste framework depende da definição de seus artefatos:
Ele se baseia em empirismo e lean thinking.
Ele utiliza uma abordagem iterativa (repetições programadas) e incremental para otimizar a previsibilidade e controle de riscos.
Quando uma Sprint é muito longa, a complexidade do projeto aumenta, assim como o risco de a Sprint se tornar inválida. Sprints devem ser curtas, com diversos ciclos de aprendizagem e um limite de riscos de custo e esforço.
Para avaliar o uso de cada artefato, o Scrum apresenta quatro eventos formais que estão contidos dentro da Sprint – o ciclo completo, de um mês ou menos.
“A Sprint é um contêiner para todos os outros eventos. Cada evento no Scrum é uma oportunidade formal para inspecionar e adaptar os artefatos. Esses eventos são projetados especificamente para permitir a transparência necessária.” Ken Schwaber and Jeff Sutherland
No Scrum, os eventos criam regularidade e, com isso, minimizam a necessidade de reuniões não definidas. O ideal é realizar todos os eventos no mesmo horário e local para reduzir a complexidade.
Neste evento, todo o time discute para definir o trabalho que será realizado na Sprint. Devem ser respondidas as seguintes perguntas:
Este evento ocorre diariamente e tem duração máxima de 15 minutos. Nele, o time planeja o trabalho para as próximas 24 horas. A ideia é alinhar as comunicações, checar interdependências, facilitar tomadas rápidas de decisão, eliminar a necessidade de outras reuniões, checar o progresso do time em relação à Meta final da Sprint e ajustar os passos conforme o próximo trabalho planejado.
Para iniciar a conclusão de uma Sprint você deve inspecionar o incremento e adaptar o Backlog do Produto, se necessário. O Scrum Team apresenta o trabalho desenvolvido para os principais stakeholders e, a partir disso, todos discutem o progresso feito.
Por fim, você define o que fazer a seguir. Você pode, ainda, ajustar o Product Backlog para atender a novas oportunidades. A Sprint Review é uma sessão de trabalho e o Scrum Team deve evitar limitá-la a uma apresentação.
A Sprint Review deve durar no máximo quatro horas para uma Sprint de um mês. Para Sprints mais curtas, o evento geralmente é mais curto.
4 – Retrospectiva da Sprint, ou Sprint Retrospective Este evento cria uma oportunidade para o Scrum Team inspecionar a si próprio e traçar melhorias para garantir mais eficácia e qualidade na próxima Sprint. Assim, o time aborda as melhorias o mais rápido possível e as adicionam ao Sprint Backlog para a próxima Sprint.
Este evento conclui a Sprint. Deve levar no máximo três horas para uma Sprint de um mês. Para Sprints mais curtas, o evento geralmente é mais curto.
Todo Scrum precisa de um Scrum Team. Esse time é responsável por garantir que o Scrum seja bem-sucedido. Os Scrum Team Members (Membros do Time Scrum) são um Product Owner (Dono do Produto), um Scrum Master (Mestre do Scrum) e os Developers (Desenvolvedores).
Ele coordena o projeto para a solução de um problema complexo. É o responsável por orientar o Scrum Team a criar o maior valor possível no desenvolvimento do projeto. Como dito anteriormente, o Scrum é um framework e não uma metodologia, por isso o Product Owner é livre para decidir como criar esse valor e como realizar o projeto.
“Vários processos, técnicas e métodos podem ser empregados com o framework. Scrum se acopla às práticas existentes ou as torna desnecessárias. Scrum torna visível a eficácia relativa da gestão atual, meio ambiente e técnicas de trabalho, para que melhorias possam ser feitas.” Ken Schwaber and Jeff Sutherland Entre suas tarefas estão:
A pessoa que exercerá o papel de Scrum Master é a que está mais afinada com a ferramenta. Cabe a ela treinar o time no uso da ferramenta; garantir que ocorram eventos positivos, produtivos e dentro do prazo; e ajudar o Scrum Team a se concentrar na criação de incrementos de alto valor que atendam à Definição de Pronto.
Dentro das atribuições do Scrum Master está, também, conversar com outras empresas que utilizam essa ferramenta para ter novos insights e orientar melhor o seu time.
Developers são as pessoas do Scrum Team que têm como função criar incrementos utilizáveis a cada Sprint.
As habilidades e características dos Desenvolvedores são amplas e variam de acordo com o projeto.
Suas atividades são:
O Scrum Team é o conjunto de pessoas envolvidas no projeto: o Product owner, o Scrum Master e os Developers. Não há subtimes ou hierarquias. É uma unidade coesa de profissionais focados em um objetivo: a Meta do Produto.
Dentro de um Team, os membros possuem todas as habilidades necessárias para criar valor a cada Sprint e eles decidem internamente quem faz o quê, quando e como.
“O Scrum Team é pequeno o suficiente para permanecer ágil e grande o suficiente para concluir um trabalho significativo dentro de uma Sprint, normalmente 10 ou menos pessoas. Em geral, descobrimos que times menores se comunicam melhor e são mais produtivos.” Ken Schwaber and Jeff Sutherland
Para que haja sucesso no uso, as pessoas devem incorporar cinco valores:
Compromisso, Foco, Abertura, Respeito e Coragem
O Scrum Team se compromete a atingir seus objetivos e suportar uns aos outros. Seu foco principal é o trabalho da Sprint para fazer o melhor progresso possível em direção a essas metas. O Scrum Team e seus stakeholders são abertos quanto ao trabalho e aos desafios. Os membros se respeitam quanto a serem pessoas capazes e independentes, e são respeitados como tal pelas pessoas com quem trabalham. Os membros têm a coragem de fazer a coisa certa e trabalhar em problemas difíceis. Ken Schwaber and Jeff Sutherland
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