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6 Práticas de Gestão que fazem as empresas superarem seus concorrentes

Por Octavio Milliet
19 Setembro 2019
Tempo de leitura: 6 min
6 Práticas de Gestão que fazem as empresas superarem seus concorrentes

Algumas práticas de gestão afetam significativamente a performance de uma empresa. Três pesquisadores da Harvard Business School (Nitin Nohria, William Joyce e Bruce Roberson) fizeram um estudo com 160 empresas e identificaram 4 práticas primárias essenciais em todas as empresas e mais 2 secundárias, que se bem executadas, serão determinantes para impulsionar o seu negócio.

Eles descobriram que, sem exceções, aquelas empresas que eram melhores nas quatro práticas primárias (Estratégia, Execução, Cultura e Estrutura) e ainda conseguiam aplicar bem duas das práticas secundárias (Talentos, Inovação, Liderança e Fusões/Parcerias), superavam enormemente seus concorrentes.

Essa escolha é chamada de 4+2, e empresas que conseguem implementá-la, tem uma chance 90% maior de ter uma performance superior às empresas que não conseguem.

No estudo, por exemplo, eles descobriram que pouco importa qual ERP, software ou CRM as empresas utilizam. O que importa é o quão bem elas conseguem executar a tecnologia escolhida. Da mesma forma, pouco importa se o negócio é centralizado ou descentralizado; o que importa é como a sua organização está estruturada.

Mas é claro que nenhuma dessas práticas de gestão é nova. O grande ponto é implementá-las de forma a gerar valor para o seu negócio ao longo do tempo. Pode parecer que não, mas muitas empresas buscam por inovações e novas formas de fazer negócios, mas esquecem do básico. Por isso, vale a pena entender um pouco mais sobre cada uma dessas práticas.

AS 4 PRÁTICAS PRINCIPAIS

As 4 Práticas Principais (Estratégia, Execução, Cultura e Estrutura) representam o fundamento de qualquer negócio. Existe uma miríade de ferramentas e técnicas que podem ajudar as empresas a implementá-las. Por exemplo, para aprimorar a sua execução, você pode implementar técnicas como Six Sigma ou Kaizen. Para estratégia, você pode pensar em uma matriz SWOT, Canvas ou nas Forças de Porter. No entanto, embora a convenção sobre o que funciona e o que não funciona mude de tempos em tempos, o que é basicamente constante é a existência de alguns marcos em cada uma dessas 4 áreas, que quando atingidos, melhoram a performance das empresas.

ESTRATÉGIA

Não importa qual seja a sua estratégia. Ela funcionará apenas se for bem definida, comunicada e entendida pelos seus colaboradores, clientes, parceiros e investidores.

1 – Construa uma estratégia relacionada a uma proposição de valor clara para o cliente;

2 – Desenvolva a estratégia de fora para dentro, baseado no que seus clientes, parceiros e investidores têm para dizer – e em como eles se comportam – e não por instinto;

3 – Faça ajustes finos na sua estratégia, de acordo com as mudanças do mercado – por exemplo, uma nova tecnologia, regulamentação, tendência, etc.;

4 – Comunique com clareza a sua estratégia para seus funcionários e clientes, além de outros stakeholders externos;

5 – Mantenha-se focado. Cresça o seu core business e mantenha-se atento à aquilo que você não conhece e que pode, eventualmente, abalar o seu negócio.

EXECUÇÃO

Desenvolva e mantenha uma execução operacional impecável. O que importa não é o que você executa, mas sim como você executa.

1 – Desenvolva produtos que consistentemente atendam às expectativas do seu cliente. Para isso, desenvolva também um área de satisfação do cliente, para ouvi-lo e entendê-lo;

2 – Dê autonomia para que seus colaboradores possam tomar decisões rápidas frente a mudanças no cenário externo da empresa;

3 – Empenhe-se para eliminar todas as formas de desperdício. Tenha uma meta de aumentar a produtividade a uma taxa que seja próxima do dobro da média da indústria;

4 – Para melhorar a eficiência, você deve ter uma mensagem clara da estratégia e dar suporte para as pessoas que querem melhorar. Mantenha um canal aberto entre o time sênior e a linha de frente.

CULTURA

Existem diferentes tipos de Cultura em uma empresa. Estudo do Prof. da Harvard Business School, Boris Groysberg, definiu os seguintes perfis de Cultura : Cultura de Aprendizado, de Propósito, de Cuidado, de Prazer, Cultura voltada para Resultados, Cultura de Ordem, de Segurança e de Autoridade.

Sobre a Cultura da empresa, existem pessoas que dizem que se você consegue fazer o trabalho ser divertido, todo o resto será mais simples. Esta é uma Cultura específica.

Em uma Cultura voltada para resultados, é importante manter altas expectativas sobre a performance. Nesta linha, algumas ações são sugeridas:

1 – Inspire todos os colaboradores a sempre darem o seu melhor;

2 – Dê autonomia para seus colaboradores tomarem decisões sozinhos e buscarem maneiras de melhorar a sua operação;

3 – Sempre recompense o resultado alcançado, seja financeiramente ou não, e não se esqueça de continuar subindo a barra da performance;

4 – Crie um ambiente de trabalho desafiador e satisfatório;

5 – Estabeleça e siga Valores claros. Os Valores têm que ser extremamente pensados e permanentemente cobrados.

ESTRUTURA

Gerentes passam horas agonizando sobre como vão estruturar sua organização (por produtos, geografia, clientes etc.). Os vencedores mostram que o que realmente funciona, é ter uma estrutura que reduz a burocracia e simplifica o trabalho.

1 – Simplifique. Faça com que seja fácil trabalhar com e para a sua empresa;

2 – Promova cooperação e a troca de informações entre toda a empresa;

3 – Ponha suas melhores pessoas próximas à ação e nos cargos principais;

4 – Estabeleça sistemas com o propósito de compartilhar informação. Você deve ter um sistema claro onde as pessoas possam compartilhar opiniões, críticas, sugestões, etc.

AS 4 PRÁTICAS SECUNDÁRIAS

Além das 4 práticas principais, você deve escolher 2, das 4 práticas secundárias (Talentos, Inovação, Liderança, Fusões/Parcerias) para focar e buscar a excelência. Normalmente, escolhe-se uma entre Talento e Liderança e outra entre Inovação e Fusões/Parcerias.

TALENTO

Empresas vencedoras atraem funcionários talentosos e os desenvolvem ainda mais.

1 – Sempre que possível, preencha as vagas de posições sêniores da sua empresa, com funcionários internos e talentosos;

2 – Crie e mantenha programas de treinamento e desenvolvimento. É mais barato desenvolver uma estrela do que “comprar” uma;

3 – Desenvolva trabalhos que sejam intrigantes e desafiadores para seus melhores funcionários;

4 – Mantenha a gerência sênior envolvida ativamente na seleção e no desenvolvimento de pessoas.

E lembre-se “A Players” atraem “A Players”, “B Players” atraem “C Players”.

INOVAÇÃO

Uma empresa ágil desenvolve produtos e serviços inovadores e antecipa movimentos disruptivos na indústria.

1 – Busque incansavelmente por tecnologias e empresas disruptivas que possuam produtos e serviços inovadores;

2 – Não hesite em canibalizar produtos já existentes. Se há um produto novo e melhor, promova-o em detrimento do antigo;

3 – Use novas tecnologias para melhorar todos os processos de operação e não apenas para produtos. Hoje, quase tudo é automatizável.

No entanto, para um inovação realmente funcionar bem, é muito importante ter uma estrutura adequada para tal. Recomendamos fortemente que você entenda bem o conceito de H1, H2, H3. O abordaremos em outra oportunidade.

LIDERANÇA

Escolher grandes executivos pode aumentar a performance substancialmente. Portanto, invista em líderes que consigam levar sua equipe para um outro patamar.

1 – Relacione diretamente o pagamento do time de liderança com a performance;

2 – A equipe de liderança tem que ter relacionamentos em todas as camadas da empresa. Encoraje os gestores a se conectar com as pessoas de todos os níveis;

3 – Inspire a gestão a aprimorar sua capacidade de identificar oportunidades e ameaças cedo;

4 – Crie um conselho de diretores cujos membros tenham uma participação substancial no sucesso da empresa.

A formação de líderes internos é comprovadamente melhor, dado seu conhecimento com as políticas internas, práticas, cultura da organização, etc.

Uma boa leitura para entender os 5 níveis de liderança existentes dentro de uma empresa, pode ser encontrado no Best Seller Ëmpresas feitas para vencer”, do Jim Collins. No livro, ele explica com maestria os 5 níveis : Nivel 1-Indivíduo altamente capacitado , 2- Membro colaborador da equipe, 3- Gerente competente, 4- Líder eficaz, 5- Executivo de alto nível. O nível 5 é o ápice do profissionalismo e da excelência na condução do capital humano da empresa.

FUSÕES E PARCERIAS

Crescimento gerado internamente é essencial, mas empresas que conseguem dominar o processo de aquisições e parcerias também são vencedoras. Em geral, empresas que fazem pequenas aquisições ao longo do ano, tendem a gerar um resultado melhor que empresas que fazem aquisições enormes uma vez ou outra.

Pesquisa mostram que a chance de insucesso de uma grande execução é maior do que o de sucesso. Há enormes desafios neste processo. No entanto, existem empresas que desenvolvem um processo de aquisição de altíssimo nível e têm enorme sucesso, como por exemplo a empresa americana Danaher Corp, pouco conhecida pelos brasileiros mas um ícone nos EUA.

1 – Entre em um novo negócio que alavanque seus clientes já existentes e complemente suas forças principais. Normalmente, não faz sentido comprar negócios que sejam totalmente diferentes do core business;

2 – Ao fazer uma parceria, busque por um negócio que faça o melhor uso dos talentos e capacidades de cada parte;

3 – Desenvolva um sistema para identificar, escolher e fechar fusões e parcerias. Você deve ter uma pessoa ou equipe especializada nisso.

Por fim, você deve pensar em como pode se diferenciar, se tornando único, com base nessas 8 práticas. Mantenha o foco nas 4 principais e escolha 2 secundárias para buscar a excelência.

Dessa forma, você conseguirá extrair o máximo do “4+2” e realmente impulsionar a sua empresa.

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