O recrutamento e seleção de candidatos, durante muito tempo, se baseou apenas nas habilidades conhecidas como hard skills. Isto é, focado apenas nas competências profissionais dos candidatos, negligenciando as soft skills, que são as habilidades comportamentais das pessoas.
Com o avanço dos processos de seleção, ficou evidente para as empresas que não basta apenas conhecimento técnico e um diploma. O trabalho em equipe e a responsabilidade que cada um carrega também são importantes para que a companhia se desenvolva.
Por esse motivo, é tão importante não focar apenas no que se sabe fazer, mas em como a pessoa vai fazer. Você não pode colocar um colaborador para se autogerenciar se ele não tem essa habilidade. Não é uma questão de ser um mau funcionário, ele apenas não se encaixa com esse modelo de serviço, por isso, o trabalho dos recursos humanos é tão importante. Essa metodologia faz parte do Kaizen, no qual os colaboradores são colocados onde melhor desempenham seu trabalho.
Hard skills: experiência profissional / conhecimento em estatística / habilidade técnica em dados
Soft skills: ter solução para problemas / saber dialogar / colaboração / curiosidade / comunicador / criativo
Como citamos anteriormente, um autogerenciamento pode ser um exemplo de soft skill, mas não para por aí. Você, como líder de uma empresa, muito além dos conhecimentos técnicos, consegue desenvolver habilidades essenciais para o seu trabalho, como pensamento crítico e tomadas de decisão para determinadas situações. O mesmo vale para outros colaboradores.
Fora da área operacional, propriamente dita, paciência e motivação também são essenciais para que o trabalho aconteça de maneira orgânica. Tudo isso faz parte das soft skills, que, muitas vezes, fazem toda a diferença em um ambiente de trabalho, deixando-o mais saudável e, consequentemente, dando resultados mais positivos.
O que não quer dizer que as hard skills são dispensáveis, muito pelo contrário. Se você não souber o seu trabalho, de nada adianta. Um exemplo de como as hard skills são importantes é em relação ao conhecimento técnico. Pois vamos supor que um candidato com uma soft skill muito boa não tem um curso, mas o outro candidato, com a graduação em questão, não costuma ser ético em suas experiências profissionais.
É melhor arriscar com profissionais que podem prejudicar o trabalho lá na frente ou investir em novos talentos? É nessa hora que a empresa com uma metodologia kaizen não pensa duas vezes. Ela investe em treinamento para que o colaborador tenha um aprendizado constante e cresça junto com a empresa.
A hard skill é outro lado da moeda, e o que você, enquanto recrutador, precisa encontrar, é o equilíbrio entre as duas habilidades. O saber trabalhar enquanto profissional e o saber trabalhar enquanto ser humano.
Outra característica que não poderíamos deixar de fora são os profissionais T-Shaped. Esse perfil apresenta muitas qualidades profissionais, tem um conhecimento abrangente da profissão, mas demonstra aquele diferencial, a especialização que pode fazer toda a diferença no desenvolvimento do trabalho. O uso da letra “T” não é aleatório, ele serve para sinalizar as competências do profissional.
Tudo evolui, inclusive a maneira de contratar, e isso pode ser determinante para que a sua empresa prospere no futuro. É preciso que a análise nos currículos seja mais atenta, que as entrevistas tentem conhecer melhor os candidatos e que a empresa saiba onde colocar cada um dos seus colaboradores. Afinal, uma organização é feita por pessoas.
E não deixe de escutar o episódio 10 do nosso podcast, O X da Gestão, onde convidamos a Presidente da ABRH RJ, Lúcia Madeira, para falar sobre O Novo Paradigma de Gestão de Pessoas. Você pode escutar o episódio clicando AQUI.