Essas barreiras não são resultado de uma gestão ruim, muito pelo contrário: são efeitos colaterais de práticas de gestão essenciais para garantir a competitividade no curto prazo.
No entanto, o sucesso de uma organização não é fruto do acaso e do planejamento de curto prazo, mas sim do esforço acumulado da sua liderança.
Superar as barreiras exige o esforço da liderança para conciliar as tensões existentes entre
se manter competitivo no presente e inovar para construir o futuro.
Segundo James G. March, professor de Stanford, a contribuição dos líderes para o desenvolvimento de uma organização bem sucedida envolve dois componentes:
De certa forma, a poesia é o lado “soft” da liderança, enquanto o encanamento é o lado “hard”. Trabalhando nestas duas frentes ao longo do tempo, os líderes de sucesso transformam as suas organizações em verdadeiras máquinas de execução e geração de resultado.
O problema é: inovar requer comportamentos muito diferentes daqueles necessários para entregar resultados em um negócio maduro.
Enquanto a gestão de negócios maduros tem a ver com execução operacional e a entrega dos resultados esperados, a inovação tem a ver com a experimentação e a descoberta de possibilidades desconhecidas.
O mesmo processo decisório que garante a priorização dos projetos com maior potencial de retorno financeiro pode também acabar eliminando ideias transformadoras.
A mesma disciplina de execução que garante o sucesso de um projeto de construção de uma nova unidade produtiva pode ser a responsável pela incapacidade de redirecionar o desenvolvimento de um novo produto cujo primeiro feedback do mercado não foi positivo.
A mesma política de incentivos responsável por motivar os colaboradores a entregar 110% de suas energias ao seu trabalho pode dissuadi-los de se envolver em projetos mais arriscados.
Superar essas barreiras envolve, necessariamente, lidar com tensões entre gerenciar o negócio atual e construir o futuro, e isso não acontece de forma indolor.
Por isso, seguem três dicas práticas que podem te ajudar a superar essas barreiras e a impulsionar a inovação na sua empresa.
Uma organização onde as pessoas são extremamente avessas a risco dificilmente irá investir em ideias com potencial disruptivo.
Da mesma maneira, prover uma experiência incrível ao cliente exige que cada pessoa na organização consiga se colocar, o tempo todo, no lugar do cliente.
As lideranças das empresas mais capazes de superar as barreiras à inovação não só entendem a importância do comportamento individual de cada profissional como têm claro para si o comportamento que esperam da sua equipe.
Por exemplo, em alguns casos esse comportamento pode envolver sempre desafiar o status quo, fazendo exatamente o oposto do mercado.
Em outros pode significar a realização de experimentos disciplinados para testar novas ideias de forma objetiva.
Já em alguns casos, a utilização de parcerias como forma de acessar competências externas pode ser muito valorizada.
O mais importante é ter claro quais são esses comportamentos e garantir que eles estejam presentes no dia-a-dia de todos na organização.
Para tornar realidade o comportamento desejado, a liderança precisa atuar nessas duas frentes.
Do ponto de vista da poesia, são necessárias ações afirmativas que comuniquem o comprometimento da liderança com o comportamento desejado.
Muitas organizações optam por fazer isso na forma de grandes eventos que gerem alta visibilidade interna. Eventos como Hackatons e prêmios de inovação muitas vezes cumprem bem essa finalidade. Da mesma maneira, capacitações internas podem ser muito importantes no lado da poesia.
O principal aqui é evitar a armadilha de se apegar aos modismos em detrimento do comportamento desejado.
Por exemplo, em uma organização que valoriza a otimização e o controle de gastos no desenvolvimento de suas inovações, a queima de orçamento em um grande evento para promoção da cultura de inovação pode não passar a mensagem correta.
Com relação ao encanamento, devem-se estabelecer as práticas gerenciais compatíveis com o desenvolvimento de iniciativas inovadoras. É necessário alinhar os processos de tomada de decisão, e seus mecanismos.
Muitas organizações optam por estabelecer um processo de tomada de decisão que permita que inovações radicais possam receber recursos sem ter de concorrer “de igual para igual” com projetos incrementais.
Outra prática comum é o estabelecimento de indicadores de performance atrelados à inovação, como a receita proveniente de produtos lançados nos últimos 5 anos.
Vale reforçar aqui que o objetivo não é eliminar práticas de gestão já implementadas, e sim complementá-las.
Na última década, alguns termos como “inovação aberta”, “design thinking” e “inovação disruptiva” receberam uma enorme importância no mundo da gestão da inovação.
Embora não se possa ignorar que muito deste destaque se deva a um certo grau de modismo, é inegável que ele representa uma mudança drástica na maneira como as organizações pensam e fazem inovação.
As empresas que lideram o processo de inovação no mundo normalmente são capazes de acompanhar essas novas ideias e interpretar como elas podem ajudar a superar as suas próprias barreiras com maior facilidade.
Com isso elas evoluem constantemente na maneira como praticam a gestão da inovação, conseguindo se manter à frente num jogo onde as regras estão em constante mudança.
Portanto, busque estar sempre atualizado com as práticas de gestão de inovação no mundo, incentivando a sua empresa a evoluir constantemente.
As barreiras existem para todos, mas é a capacidade de superá-las que coloca o líder à frente dos demais.
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