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Squads – Você conhece esse modelo organizacional?

Por Octavio Milliet
19 Agosto 2020
Tempo de leitura: 3 min
Squads – Você conhece esse modelo organizacional?

Em empresas tradicionais, é mais comum vermos os colaboradores separados fisicamente por áreas: de um lado o departamento de marketing, do outro lado o de finanças, tecnologia, desenvolvimento etc.

Esse modelo tradicional tem sido substituído em algumas empresas pelos squads: especialistas de diferentes áreas trabalham juntos para desenvolver um produto ou realizar determinada meta de curto-médio prazo. Desta forma, a empresa é dividida em pequenos grupos multidisciplinares com objetivos específicos.

Cada squad possui responsabilidade ponta a ponta no projeto – pensam, projetam e desenvolvem. Para isso, eles têm um alto nível de autonomia: eles que decidem como e de que forma realizarão o objetivo final. Essa liberdade aliada à agilidade e inovação são priorizadas em relação à burocracia e hierarquia.

O interessante desse modelo é que a própria característica dele o impulsiona – a autonomia deixa os colaboradores mais felizes, motivando-os a apresentarem mais resultados e a estrutura sem burocracias e aprovações, acelera as tomadas de decisões e a independência entre squads, criando mais agilidade na empresa como um todo.

Porém, deve-se ressaltar que a autonomia dos squads, não é ilimitada. Cada squad tem que estar alinhado a uma estratégia macro do negócio e respeitando a cultura da empresa. A missão da organização deve prevalecer em relação à missão individual de cada squad.

Outro ponto a ser destacado é que cada área possui uma liderança. E todos eles se reportam a um coordenador. Desta forma, existe uma troca dentro da área onde boas práticas aprendidas em cada squad são trocadas. Cria-se um sistema de colaboração e de comunidade. E como os squads tem objetivos de curto a médio prazo, uma pessoa poderá transitar em diversos squads em um ano, por exemplo, mas irá ter como referência uma mesma liderança.

O sistema de squads não é um modelo ideal que tem que ser aplicado em todas as empresas. Cada organização tem que entender e desenvolver qual o melhor sistema para si. O modelo de squads ficou popular em 2014, quando o Spotify lançou um vídeo explicando como funcionava o sistema organizacional da empresa. O interessante é que o próprio Spotify ressaltou que é um sistema em desenvolvimento de acordo com o crescimento da empresa e com as demandas que vão surgindo.

Além disso, os squads não são o único modelo organizacional dentro da empresa. No Spotify, por exemplo, existem as Guildas que são relacionadas a assuntos mais genéricos, como por exemplo, “inovação”, e qualquer colaborador pode querer fazer parte da mesma. Informações e experiências sobre esse determinado assunto são trocadas em canais e fóruns específicos.

Um dos pontos que pode causar estranhamento no sistema de squads é que com a grande autonomia e agilidade, existe um maior risco para erros. A questão-chave é que numa empresa que se propõe a trabalhar com squads, a relação com o erro também não é a tradicional.

A ideia de que erros devem ser evitados a todo custo, parte do princípio de que existe muito tempo para planejamento e múltiplas aprovações internas, o que vai contra o princípio de anti-burocracia, inovação e agilidade dos squads. Em empresas que adotam esse novo modelo organizacional, erros são encarados como aprendizados, como uma etapa natural do processo. O lema não é evitar erros, mas sim, não repeti-los e aprender com os já feitos.

Para isso acontecer, os erros já cometidos são estudados por todos do time. Não para culpabilizar alguém, mas para entender porque não deu certo e o que pode ser feito para evitar que aconteça novamente, realçando o senso de comunidade e aprendizado contínuo.

Após entender o que é esse modelo organizacional, pode ficar a impressão errada de que squads funcionam apenas em Startups ou em negócios que trabalham com inovação. Porém, existem empresas de setores mais tradicionais que já estão utilizando esse modelo.

“Hoje em dia a XP Investimentos é dividida em cerca de 60 squads. É como se tivessem diversas startups dentro da empresa. As vantagens são muitas, um modelo mais rápido e eficiente para alcançar metas e resolver problemas. Além disso, é um modelo facilmente escalável”, afirma Guilherme Benchimol, CEO e Fundador da empresa.

Sergio Saraiva, CEO da Rappi, também aprova esse modelo. “Não criamos squads apenas para produtos ou tecnologias. Toda a empresa é dividida assim, tanto para projetos maiores quanto para menores. Times rápidos, com duração média-curta, com objetivos dinâmicos, geram uma agilidade incrível para resultados”, conclui.

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