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Produto Mínimo Viável e Mínimo Produto Adorável?

Por Octavio Milliet
Categoria Inovação
05 Novembro 2020
Tempo de leitura: 4 min
Produto Mínimo Viável e Mínimo Produto Adorável?

O que é um Produto Mínimo Viável e um produto Mínimo Produto Adorável? Entenda essas abordagens e seus diferenciais

Certamente você já deve ter ouvido falar do MVP (Minimum Viable Product, em português, Produto Mínimo Viável), uma maneira “enxuta” de oferecer aos consumidores um produto ou serviço sem ele estar totalmente realizado.

Essa prática foi bem abordada por Eric Ries, empreendedor do Vale do Silício e autor do livro “A Startup Enxuta”. Nesta publicação Ries afirma que o conceito de MVP “propõe um novo modo de pensar e de construir produtos e serviços inovadores que levem a um negócio sustentável.”.

Desta forma, com o MVP o empreendedor pode dar a versão simplificada de um produto final para os seus clientes com um mínimo de funcionalidades. Esta versão é desenvolvida de forma ágil - com pouca perda de tempo e de recursos - e é possível ser testada com uma parcela de usuários e, com as respostas destes, fazer as modificações necessárias até lançá-la no mercado. Ou seja, os feedbacks dos próprios consumidores ajudam na construção do produto e validam sua viabilidade.

Qual a diferença entre um protótipo e um Produto Mínimo Viável?

Para Tim Brown, CEO da IDEO e autor do livro “Design Thinking”, “os protótipos iniciais devem ser simples, rudimentares e baratos, para que não haja a possibilidade de se apegar, não correr o risco de se prender a uma ideia ruim por muito tempo.”

Ou seja, o protótipo é a representação concreta de alguma ideia que ainda estava no plano das ideias. Ele tem como finalidade testar a parte técnica.

Já o MVP testa a viabilidade do produto ou serviço. Para Eric Ries, MVP “é a versão de um novo produto que seja capaz de permitir que a equipe capture, com o menor esforço, a maior quantidade de aprendizado validado sobre os clientes.”

Desta forma, o MVP é a visão simplificada do produto/serviço final, enquanto o protótipo é a visão reduzida destes.

E os usuários? Exemplos de Produto Mínimo Viável.

Que o MVP é um método econômico e ágil para as empresas já está claro. A questão que fica: será que é funcional para esses primeiros usuários que são testados?

Para lidar com a possível frustração dos usuários, o Google, por exemplo, lançou o Google Labs - plataforma onde apresenta novas tecnologias e serviços que estão em fase de teste. Pela definição do próprio Google, é “um playground onde nossos usuários mais aventureiros podem brincar com protótipos de algumas de nossas ideias mais loucas e oferecer feedback diretamente aos engenheiros que os desenvolveram”. Fica claro para os usuários que eles estão experimentando produtos em fase de teste.

Outro exemplo é o Whatsapp que permite que os usuários se cadastrem como beta testers. De acordo com o perfil ele poderá ser selecionado e poderá fazer o download das versões preliminares do aplicativo para receber as novidades exclusivas em primeira mão, antes do lançamento da versão final para todos os usuários.

Porém, deve-se levar em conta que cada vez mais os usuários estão exigentes em relação à qualidade dos produtos. Se não está claro para que é uma fase de teste - como no caso do Google Labs ou dos beta testers - eles podem ficar realmente frustrados com um produto que gere algum tipo de desconforto. Ser “viável” pode não ser mais o suficiente. Com isso em mente, surgiu o conceito de MLP - Minimum Lovable Product, em português, Mínimo Produto Adorável (ou Mínimo Produto Amável)

Mínimo Produto Adorável: entenda essa nova abordagem e benefícios

No MLP - também um teste de produto ou serviço - existe uma preocupação constante com o conforto do usuário. Ocorre um investimento maior no design e na usabilidade. O MLP se preocupa com a perspectiva do cliente.

Essa abordagem tem os benefícios de um MVP e vai além: como existe o foco em ser atrativo aos usuários, maior valor é agregado ao produto ou serviço, aumentando as chances de sucesso. Em vez de só validar o produto/serviço, ele mede a satisfação dos usuários.

Para isso, mais tempo e recursos serão gastos em comparação com o MVP, porém existirão alguns benefícios:

  1. Inovação: Como o MLP está ainda mais focado nos clientes, fica mais fácil para o desenvolvedor priorizar o que torna o seu produto ou serviço verdadeiramente competitivo e não gastar tempo com inovações que não acrescentarão positivamente ao usuário. Desta forma, a inovação acontece mais centrada e mais segura. Existe um caminho sendo trilhado para o desenvolvimento de recursos que atendam melhor o mercado.
  2. Competitividade: Quanto mais alinhada às necessidades do mercado, mais competitiva a sua empresa estará. Como exemplo, temos a Apple. A empresa não lança um Iphone em fase de teste. Porém, a cada novo lançamento o design é refeito e ajustes, inovações e melhorias sempre surgem.
  3. Fortalecimento da marca: A empresa que utiliza a abordagem do MLP acaba por associar a sua marca a uma busca pela melhor experiência para os usuários, ouvindo-os e atendendo-os. Isso cria um vínculo entre os usuários e uma maior chance de fidelizá-los. A exemplo da Apple, os consumidores ficam esperando novas atualizações e inovações a cada novo modelo de Iphone. No dia do lançamento de um novo Iphone, existe uma disputa para ser os primeiros a testarem o produto.

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Como posso transformar meu Produto Mínimo Viável em um Mínimo Produto Adorável?

Existem três perguntas fundamentais que você pode se fazer para transformar o seu MVP em MLP: 1 - Questione quais são as características que podem ser incrementadas no seu produto/serviço que farão, de fato, uma diferença para os usuários. 2 - Existe algo que pode ser acrescentado no design do seu projeto que o deixará mais “adorável”? 3 - O que é necessário para que o seu cliente adorar a sua marca e não apenas achá-la viável?

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Octavio Milliet

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