Certamente você já deve ter ouvido falar do MVP (Minimum Viable Product, em português, Produto Mínimo Viável), uma maneira “enxuta” de oferecer aos consumidores um produto ou serviço sem ele estar totalmente realizado.
Essa prática foi bem abordada por Eric Ries, empreendedor do Vale do Silício e autor do livro “A Startup Enxuta”. Nesta publicação Ries afirma que o conceito de MVP “propõe um novo modo de pensar e de construir produtos e serviços inovadores que levem a um negócio sustentável.”.
Desta forma, com o MVP o empreendedor pode dar a versão simplificada de um produto final para os seus clientes com um mínimo de funcionalidades. Esta versão é desenvolvida de forma ágil - com pouca perda de tempo e de recursos - e é possível ser testada com uma parcela de usuários e, com as respostas destes, fazer as modificações necessárias até lançá-la no mercado. Ou seja, os feedbacks dos próprios consumidores ajudam na construção do produto e validam sua viabilidade.
Para Tim Brown, CEO da IDEO e autor do livro “Design Thinking”, “os protótipos iniciais devem ser simples, rudimentares e baratos, para que não haja a possibilidade de se apegar, não correr o risco de se prender a uma ideia ruim por muito tempo.”
Ou seja, o protótipo é a representação concreta de alguma ideia que ainda estava no plano das ideias. Ele tem como finalidade testar a parte técnica.
Já o MVP testa a viabilidade do produto ou serviço. Para Eric Ries, MVP “é a versão de um novo produto que seja capaz de permitir que a equipe capture, com o menor esforço, a maior quantidade de aprendizado validado sobre os clientes.”
Desta forma, o MVP é a visão simplificada do produto/serviço final, enquanto o protótipo é a visão reduzida destes.
Que o MVP é um método econômico e ágil para as empresas já está claro. A questão que fica: será que é funcional para esses primeiros usuários que são testados?
Para lidar com a possível frustração dos usuários, o Google, por exemplo, lançou o Google Labs - plataforma onde apresenta novas tecnologias e serviços que estão em fase de teste. Pela definição do próprio Google, é “um playground onde nossos usuários mais aventureiros podem brincar com protótipos de algumas de nossas ideias mais loucas e oferecer feedback diretamente aos engenheiros que os desenvolveram”. Fica claro para os usuários que eles estão experimentando produtos em fase de teste.
Outro exemplo é o Whatsapp que permite que os usuários se cadastrem como beta testers. De acordo com o perfil ele poderá ser selecionado e poderá fazer o download das versões preliminares do aplicativo para receber as novidades exclusivas em primeira mão, antes do lançamento da versão final para todos os usuários.
Porém, deve-se levar em conta que cada vez mais os usuários estão exigentes em relação à qualidade dos produtos. Se não está claro para que é uma fase de teste - como no caso do Google Labs ou dos beta testers - eles podem ficar realmente frustrados com um produto que gere algum tipo de desconforto. Ser “viável” pode não ser mais o suficiente. Com isso em mente, surgiu o conceito de MLP - Minimum Lovable Product, em português, Mínimo Produto Adorável (ou Mínimo Produto Amável)
No MLP - também um teste de produto ou serviço - existe uma preocupação constante com o conforto do usuário. Ocorre um investimento maior no design e na usabilidade. O MLP se preocupa com a perspectiva do cliente.
Essa abordagem tem os benefícios de um MVP e vai além: como existe o foco em ser atrativo aos usuários, maior valor é agregado ao produto ou serviço, aumentando as chances de sucesso. Em vez de só validar o produto/serviço, ele mede a satisfação dos usuários.
Para isso, mais tempo e recursos serão gastos em comparação com o MVP, porém existirão alguns benefícios:
Existem três perguntas fundamentais que você pode se fazer para transformar o seu MVP em MLP: 1 - Questione quais são as características que podem ser incrementadas no seu produto/serviço que farão, de fato, uma diferença para os usuários. 2 - Existe algo que pode ser acrescentado no design do seu projeto que o deixará mais “adorável”? 3 - O que é necessário para que o seu cliente adorar a sua marca e não apenas achá-la viável?
Gostou deste conteúdo? Clique aqui e veja outros artigos com ferramentas práticas de gestão que preparamos para você.