Como você pode motivar e engajar os seus colaboradores

Um dos maiores desafios de qualquer empresa é o de recrutar e reter talentos.

Uma ação comum de muitas empresas para a retenção de um bom colaborador, é colocar dinheiro na mesa.

Bônus, pagamento de recompensas e aumentos salariais acima da média são vistos como incentivos que seduzem os funcionários a se esforçarem mais e que inspiram lealdade.

Porém, usar dinheiro nem sempre é a melhor resposta.

De acordo com uma pesquisa da professora da Harvard Business School, Ashley V. Whillans, mais de 80% dos colaboradores entrevistados disseram que não se sentem reconhecidos ou recompensados.

Isso acontecia mesmo que suas empresas estivessem gastando uma parte significativa do orçamento disponível com salários.

“O dinheiro é importante na vida das pessoas, mas não é a única coisa que importa”, diz Whillans. “O que importa de verdade no ambiente de trabalho é ajudar os funcionários a se sentirem valorizados.”

Recompensas que indicam aos funcionários que eles fizeram um trabalho satisfatório e que o gestor se preocupa com eles vai encorajar esses colaboradores a quererem trabalhar ainda mais, mostra a pesquisa.

“Em uma porção de empresas, não existe nenhum tipo de programa de reconhecimento pelo trabalho prestado, e os empregadores precisam correr atrás disso,” Whillans diz.

As empresas que tem um programa de reconhecimento forte passam a ter uma produtividade maior, uma rotatividade menor, e retornos maiores do investimento que as demais, dentro de um mesmo mercado.

Por isso, selecionamos para você algumas dicas sobre as melhores formas de recompensar os funcionários, que podem te ajudar a melhorar a satisfação da sua equipe e a impulsionar a sua empresa.

Durante o recrutamento, enfatize os benefícios

Falar sobre os benefícios de um emprego, como os horários de trabalho flexíveis e os treinamentos de habilidades específicas, pode dar às empresas vantagem no recrutamento.

Um estudo de 2018, realizado por Whillans e sua equipe, com mais de 92.000 anúncios de emprego, descobriu que quanto mais benefícios um empregador descreve, maiores as taxas de candidatura.

Além disso, quando os empregadores apresentam os benefícios detalhados, como por exemplo uma política generosa de licença familiar, eles recebem mais candidaturas do que empresas que pagam bem mais.

Os candidatos disseram que as recompensas não financeiras descritas nos anúncios de emprego deram a eles a impressão de que a empresa se preocupa com os colaboradores e é mais atenciosa para ajudá-los a encontrar um equilíbrio saudável na vida profissional – e que isso importava mais para esses candidatos do que um adicional em dinheiro.

O dinheiro pode motivar os funcionários em certos tipos de trabalho

Recompensas em dinheiro são mais adequadas como incentivo para os trabalhos que se medem quantitativamente.

Muitos estudos no comércio e nos serviços demonstram que as recompensas em dinheiro levam a um aumento nas vendas e a um melhor atendimento ao cliente. No setor manufatureiro, prêmios em dinheiro aumentam os níveis de produtividade diária.

Mas o dinheiro não é tão significativo como incentivo para tarefas criativas e complexas, que compõem a maior parte do trabalho da sociedade moderna, baseada em conhecimento.

Se você vai dar dinheiro, atrele algum significado a ele

Para muitos colaboradores, especialmente das gerações mais jovens, um emprego não é só uma forma de ganhar dinheiro; as pessoas procuram propósito no trabalho.

Dar apenas dinheiro pode parecer um gesto vazio ou uma mera transação financeira, e pode não funcionar como um incentivo consistente para melhorar a performance de trabalho.

Busque uma forma de dar um significado à recompensa que se está dando. Bonifique as pessoas não por atingirem uma meta puramente numérica, mas sim por terem gerado um impacto positivo com o atingimento da meta.

Reconsidere incentivos de desempenho

Muitas empresas tentam motivar os funcionários com dinheiro e com prêmios que sejam incentivos para os futuros trabalhos.

Décadas de pesquisa confirmam que os incentivos financeiros podem impulsionar o esforço e o desempenho. Mas existe um lado ruim; quando o pagamento de um funcionário depende do desempenho, ele pode ficar obcecado pelo dinheiro – e nesse caso, por ganhar mais, sempre.

O que funciona melhor muitas vezes é mudar o timing da recompensa, e concedê-la imediatamente depois que um funcionário se destaque em uma determinada tarefa, em vez de anunciá-la de antemão como uma provocação constante.

Desta forma, você pode usar o tempo a seu favor. E seja bem claro sobre o motivo que fez o funcionário receber a recompensa.

Pense em presentes atenciosos em vez de dinheiro

Muitas vezes, e especialmente para a geração mais jovem, o dinheiro não é o mais importante.

As pessoas podem preferir presentes não monetários porque geralmente gastam os bônus em dinheiro nas necessidades básicas, pagando aluguel, por exemplo, ou fazendo o supermercado, que são coisas menos memoráveis ​​e divertidas do que prêmios de luxo como viagens.

Melhor ainda é se o presente parecer personalizado. Um gestor pode oferecer a um funcionário que gosta fazer exercício um vale-presente de uma loja que vende roupa de ginástica, por exemplo.

Outro benefício colateral dos prêmios: burburinho no ambiente de trabalho.

As pessoas se sentem desconfortáveis falando de dinheiro, e por isso não vão ficar comentando sobre o bônus financeiro que receberam.

Mas se você recompensar alguém com um bom jantar ou com uma viagem, esse alguém vai falar disso com os colegas de trabalho, e pode ser que todo mundo termine motivado.

Dê tempo de presente – e outras vantagens intangíveis

Uma pesquisa com 115.000 funcionários da Glassdoor chegou à conclusão de que oferecer benefícios não monetários intangíveis, como por exemplo opções de trabalho flexível, acarretou em uma realização profissional muito maior do que as recompensas diretas em dinheiro.

Se você permite que um colaborador trabalhe de casa, você pode ajudá-lo a sentir que você confia nele para realizar o trabalho onde quer que ele queira fazê-lo

Além disso, pesquisas mostram que os funcionários que tiram folga ficam menos estressados ​​e mais engajados, mais criativos e mais produtivos.

Dê tempo de presente, não apenas através de políticas de férias generosas, mas de outras formas também.

Por exemplo, descubra horários de trabalho flexíveis para que os funcionários gastem menos tempo atolados no trânsito. Deixe os colaboradores que viajam a trabalho reservarem voos diretos, mesmo que custe um pouco mais do que os voos com conexão.

Incentive os funcionários a darem recompensas uns aos outros

As empresas podem construir sistemas de reconhecimento do trabalho realizado dentro das suas práticas de negócio criando programas de reconhecimento entre pares, em que os funcionários recebem pontos de recompensa mensais que podem conceder aos colegas, de acordo com as metas cumpridas no trabalho.

Os funcionários que ganham um certo número de pontos podem trocá-los por várias vantagens, como um vale de restaurante ou uma folga extra.

Isso não é caro para a empresa e torna habituais os gestos de valorização no ambiente de trabalho, além de também construir conexões sociais, o que ajuda as pessoas a se sentirem mais felizes enquanto trabalham.

Às vezes dizer obrigado já é o suficiente

Entre os funcionários mais felizes, 95% relatam que seus gestores são bons em dar feedback positivo.

Na verdade, um “obrigado” simples e sincero de um superior é muitas vezes suficiente para que os funcionários percebam que suas contribuições são valorizadas e, assim, vai motivá-los a se empenharem mais.

Para ser mais eficiente, o elogio deve ser específico, destacando contribuições exclusivas do funcionário. É uma tática que é extremamente eficaz, mas muito subutilizada no ambiente de trabalho.

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Fonte: Forget Cash. Here Are Better Ways to Motivate Employees – Dina Gerdeman – Harvard Business School