Quando foi apresentado pela primeira vez em 2000, o modelo da McKinsey de 3 Horizontes trouxe um framework para estruturar uma questão constante nas empresas: “Como investir no futuro, mas também garantir a operação do hoje?”.
Essa conciliação nasce de uma visão de Organização Ambidestra: a empresa precisa constantemente manter a excelência operacional de seu portfólio atual e, ao mesmo tempo, investir na exploração de novas oportunidades.
Esse equilíbrio é um grande desafio de gestão e, portanto, não é surpresa que poucas empresas fazem isso bem. Empresas como Kodak e Blockbuster, encontraram sua excelência operacional (fotografia analógica e locação de DVDs) mas não conseguiram adaptar-se às inovações disruptivas de seus mercados.
O framework de 3 Horizontes estrutura de forma visual a visão estratégica da organização para atingir 3 objetivos:
O modelo é dividido em 3 espaços temporais, representadas por saltos na curva de inovação:
Horizonte 1 – ‘O Mundo em Crise’ – Período de 12 meses: Universo de inovações sustentáveis, que garantem a existência do modelo de negócio atual para o curto prazo.
Horizonte 2 – ‘O Mundo em Transição’ – Período de 24 a 36 meses: Conjunto de inovações que potencialmente podem ajudar o modelo de negócios a alcançar novos consumidores, mercados e segmentos. Criatividade e empreendedorismo estão intimamente ligados a esse espaço, contendo inovações que podem disruptar o Horizonte 1 em diferentes graus.
Horizonte 3 – ‘O Mundo Viável’ – Período de 36 a 72 meses: Esse horizonte representa as novas oportunidades de negócio que a organização pode explorar para gerar vantagem competitiva ou para responder às ameaças disruptivas. Envolve a visão da empresa sobre o futuro e o impacto das mudanças do mundo no negócio.
Em uma publicação na Harvard Business Review, Steve Blanc debate o aspecto temporal do framework, ou seja, toda a estrutura do framework baseia-se no tempo como fator orientador; ele assume que inovações verdadeiramente revolucionárias levarão anos para se desenvolver.
Porém, a tecnologia tornou essa suposição incorreta: hoje, inovações como AirBnb, Uber, SpaceX, Tesla podem ser lançadas com extrema rapidez.
Outro ponto é que até o próprio contexto mundial pode afetar essa relação temporal. Com a pandemia do COVID-19, diversas empresas realizaram a transformação digital de forma hiper acelerada. Em conversas com diversos CEOs, é comum ouvir a frase de que realizaram a transformação digital que ocorreria em anos, em poucos meses.
Entretanto, essa questão temporal do framework 3 Horizontes não é algo que deixa a ferramenta desatualizada, mas sim, abre a oportunidade de entender o framework com outro foco: os recursos da empresa.
Dual Transformation é um conceito em que se entende quais recursos atuais você precisa/pode alavancar para mover-se de um ponto A para o destino B. Você irá trabalhar com duas frentes de transformação:
Ao aplicar o conceito de Dual Transformation nos 3 Horizontes da Inovação, você irá perceber que para realizar a inovação, alguns recursos são necessários para ir do ponto A a B. Um desses recursos é a tecnologia, afinal, quanto menor sua afinidade com a tecnologia, maior é a necessidade de reestruturação do modelo de negócios.
Outro recurso são os próprios colaboradores. Para cada horizonte, você precisará construir um time que possua as habilidades e competências necessárias para cada processo. Por exemplo, um time voltado para o Horizonte 1 (melhorias pontuais de produtos estabelecidos) precisa atuar sob uma rotina ágil de sprints para pequenos testes e implementações rápidas; enquanto um time de desenvolvimento de produto precisa ter um mindset de Design Thinking, para validação de hipóteses mais robustas.
As possibilidades são infinitas já que cada negócio tem suas próprias particularidades e necessidades de recursos diferentes. Utilize o framework e entenda mais sobre a sua empresa!
Cadastre-se abaixo para receber gratuitamente o framework de 3 Horizontes, voltado para recursos, que utilizamos na xTree! Neste PDF, você poderá encontrar notas de como estruturar um time com processos para cada Horizonte e quais perguntas-chave você deve se fazer para priorizar cada iniciativa.
Fontes:
McKinsey – Enduring Ideas: The Three Horizons of Growth
Medium – McKinsey’s 3 Horizons Model is Dead
Medium – The Threee Horizons of Innovation and Culture Change
Harvard Business Review – The Ambidextrous Organization
Vida de Produto – 3 Horizontes de Inovação