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Uma nova realidade e a necessidade do aprendizado constante

Por Octavio Milliet
28 Outubro 2020
Tempo de leitura: 3 min
Uma nova realidade e a necessidade do aprendizado constante

A trajetória mudou. Vivemos uma nova realidade. Estudar, formatura, estudar mais, diploma, emprego, aposentadoria. Esse caminho é raro e passou a ser pouco desejado por muitos. É cada vez mais comum as pessoas trocarem de profissão, descobrirem novos talentos, decidirem seguir outras paixões e trabalharem em diversos empregos durante suas carreiras.

Eu mesmo, após 20 anos trabalhando no mercado financeiro, decidi mudar completamente minha trajetória profissional, para ajudar líderes a transformarem a gestão de suas empresas, através da educação.

Para Heather E. McGowan, coautora do livro “The Adaptation Advantage”, não existe mais essa rota de via única de aprender e trabalhar. Com essa constante mudança no mercado de trabalho, existe uma necessidade de “trabalhar-aprender-trabalhar-aprender-trabalhar-aprender”, de estar sempre atualizado.

O escritor e vencedor do Prêmio Pulitzer, Thomas L. Friedman, afirmou em um recente artigo no New York Times sobre educação e trabalho na pós-pandemia que “o papel mais fundamental para os educadores é equipar os jovens com a curiosidade e a paixão de serem alunos ao longo da vida, para que eles mesmos se sintam responsáveis ​​por sua educação.”

Se eu pudesse eleger um único ponto de inflexão que me ajudou significativamente nos últimos 8 anos, pessoalmente e profissionalmente, diria que foi ter estabelecido uma rotina de aprendizado constante: leitura, cursos, podcasts, videos, troca de vivências com grupos de pessoas que têm o mesmo objetivo de desenvolvimento, foram cruciais para conseguir acompanhar a velocidade das mudanças que vivemos atualmente.

Geraldo Thomaz, Fundador e co-CEO da VTEX, uma das unicórnio brasileiras, me contou em uma conversa de como, no início da sua carreira, estava desanimado com as sucessivas dificuldades em empreender. Certo dia, seu pai lhe disse: “Dinheiro pode ser confiscado. O que ninguém pode tirar de você é o seu conhecimento. Você está acumulando conhecimento?”.

Como diria a autora de “The Adaptation Advantage”, “Aprender é a nova pensão, é assim que você cria diariamente o seu valor futuro.”

Mas como desenvolver um aprendizado constante em um cenário em constante mudança?

Segundo estudo do Professor Boris Groysberg, da Harvard Business School e também da BCG Consulting, atualmente a nossa depreciação de conhecimento é de 20% ao ano. Ou seja, o que você aprendeu hoje, em aproximadamente cinco anos ficou obsoleto.

Por isso, cada vez mais os recrutadores estão valorizando a experiência e habilidades do candidato do que o diploma em si.

“Habilidades, não diplomas definem os melhores talentos atualmente”, afirmou em 2017 o CEO de Linkedin, Jeff Weiner.

Ravi Kumar, Presidente da empresa indiana de tecnologia Infosys, afirmou no mesmo artigo do New York Times que “se você sabe um conteúdo e pode demonstrar que sabe e, tem se aprimorado com treinamento on-line para fazer a tarefa de que precisamos, você está contratado. Acreditamos nessa mudança estrutural – de diplomas para habilidades.”

Como desenvolver e aprimorar essas habilidades?

A velocidade das mudanças no ambiente corporativo nunca esteve tão alta. A pandemia mostrou que o mundo mudou e empresas são disruptivas porque não conseguem se adaptar.

Como diria Darwin, não é o mais forte que sobrevive, e sim aquele que se adapta melhor.

O aprendizado constante deve ser feito de forma prática, sem conteudismo isolado. Ou seja, explicar o “WHY”, mas imediatamente associá-lo com o “HOW”.

Segundo os autores do livro Learning 3.0, Alexandre Magno e Yoris Linhares, a educação do futuro – que já deveria ser presente – é quando o aluno se apropria tanto do produto quanto do processo de aprendizagem. Um método mais colaborativo, peer-to-peer: o conhecimento é construído a partir da interação com quem também está aprendendo. Os próprios participantes da jornada de aprendizado são os protagonistas.

Outro modo de se aprender de forma prática é munindo o aluno de ferramentas para que ele possa aplicar instantaneamente, seja na sua vida pessoal ou na sua empresa.

A Infosys está construindo uma “universidade interna” de 400 mil m² em Indianápolis, projetada para fornecer aos seus funcionários e clientes não um “aprendizado por precaução” – material que você pode ou não precisar – mas um “aprendizado just-in-time”, oferecendo as habilidades necessárias para cada situação.

Desta forma, o aprender e o trabalhar acontecem simultaneamente, com aplicabilidade prática e eficácia.

Vejo isso como o futuro da educação. Um futuro otimista.

E não deixe de escutar o episódio 10 do nosso podcast, O X da Gestão, onde convidamos a Presidente da ABRH RJ, Lúcia Madeira, para falar sobre O Novo Paradigma de Gestão de Pessoas. Você pode escutar o episódio clicando AQUI.


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